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Valor Econômico, 31 de agosto de 2017
Acelerar o processo de aprovação de empréstimos de capital de giro, reduzindo um rito que chega a levar até 30 dias para apenas três segundos é o principal mote do programa BNDES Giro, lançado no final de agosto pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. A expectativa é que, com a redução da burocracia e o aumento da demanda dos pequenos empreendedores em um momento de reaquecimento da economia, sejam disponibilizados R$ 20 bilhões até agosto de 2018.
O BNDES Giro traz duas mudanças essenciais em relação à atual linha de capital de giro do banco, a Progeren. A primeira tem um aspecto comercial e rebatiza o produto para torná-lo mais aderente à sua finalidade e “vendável” na ponta – o nome Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda deixa de existir.
O atrativo principal para o segmento PME, entretanto, recai mesmo na aprovação automática das contratações de capital de giro. O BNDES Giro passa a integrar o novo sistema de aprovação automática de operações do banco, o BNDES On-line, uma plataforma lançada em 2017 e que será conectada aos sistemas dos agentes financeiros para facilitar o trâmite das operações.
Segundo o diretor de operações de repasses, Ricardo Ramos, uma vez que o agente financeiro aprovar a contratação do empréstimo, será necessário apenas enviar as informações da operação pela plataforma integrada e o BNDES autorizará automaticamente a operação, em três segundos. “Quando o agente financeiro enviar a operação para o BNDES, já estará automaticamente aprovada, sem interferência humana. É machine to machine”, diz. A liberação dos recursos acontecerá 48 horas depois da aprovação. A nova linha é direcionada a empresas com faturamento bruto anual de até R$ 300 milhões. Até R$ 90 milhões de receita, será cobrada Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais taxa de 1,5% ao ano. De R$ 90 milhões até R$ 300 milhões, a taxa será uma composição de 50% da TJLP, mais 50% da Selic e outros 1,5% ao ano do BNDES. Nos dois casos, há adição dos juros dos agentes financeiros. O prazo de pagamento é de até 60 meses, com 24 de carência.
Atualmente, o tíquete médio na Progeren é de R$ 500 mil. “Mas se pegarmos o perfil de agentes financeiros que operam fortemente com micro e pequenas, o tíquete cai para R$ 150 mil”, diz Marcelo Porteiro Cardoso, superintendente de operações de repasses. Até o momento, apenas Banco do Brasil e Caixa plugaram seus sistemas à plataforma automática do BNDES e o BNDES Giro foi disponibilizado a partir de 28 de agosto. A entrada de outros agentes financeiros deve ocorrer nas próximas semanas.
Com a aprovação automática, o BNDES elimina um gargalo interno de idas e vindas da operação junto aos agentes financeiros – a aprovação levava de cinco a 30 dias, dependendo do caso. “Isso dificultava a venda do produto, porque o pequeno empresário que está sufocado precisa do dinheiro logo. Agora, o rito de aprovação dependerá do agente financeiro”, diz Ramos. A desburocratização ocorre em um momento em que cresce a demanda por capital de giro junto ao BNDES.
Os desembolsos da Progeren totalizaram R$ 4 bilhões no acumulado de janeiro a julho, com expansão de 358% em relação ao mesmo período do ano passado. “Mais de 98% das operações foram realizadas por micro, pequenas e médias empresas”, diz Cardoso.